Assembleia Anual do COMIRE SUL 1

Joaquim Gonçalves *

No Centro OCM (Obra dos Cenáculos Missionários), situado na Região Episcopal da Lapa, o COMIRE do Regional Sul 1 realizou sua Assembleia Anual com os representantes dos COMIDIS dos sub regionais e de outros organismos missionários. Presidiu à Assembleia dom Vicente Costa, bispo da diocese de Jundiaí.

O encontro foi aberto com a celebração da Eucaristia, presidida por dom Vicente, e caracterizada com simbologia referente ao Ano da Fé e ao compromisso missionário assumido no 3º Congresso Missionário, realizado em Jundiaí no mês de agosto passado. Comentando a palavra de Deus, lida e proclamada na celebração, dom Vicente salientou a dimensão profética e de martírio que está muita ligada à missionariedade da Igreja. Os missionários são testemunhas e continuadores da missão de Deus. Para ser profeta é necessário ter ousadia e coragem para enfrentar as dificuldades e oposições que são colocadas na frente dos anunciadores do Reino. Para simbolizar o Ano da Fé, cada participante recebeu uma vela que, uma vez acesa a partir do Círio Pascal, foi o sinal visível das palavras pronunciadas pela Assembleia como compromisso de dar mais tempo e qualidade ao serviço missionário em todas as situações onde se trabalha.

Em seguida, já reunidos no salão, a Fatiminha, coordenadora da do Comire, deu as boas vindas e fez a abertura da Assembleia. Antes de recordar os temas que constavam na pauta, ela deu a palavra ao missionário pe Bruno Rocas, missionário peruano, que trabalha no Japão com os emigrantes latino americanos, sobretudo brasileiros. Os emigrantes foram para o Japão por motivos econômicos e a igreja local não tinha condições de os acolher e inserir na comunidade que dispõe de pouquíssimos sacerdotes. Porque se trata de emigrantes, tem que haver coragem de estar começando sempre de zero. Alguns emigrantes já começaram a descobrir a beleza da fé. Outra dimensão importante da pastoral é a acolhida no país de origem quando retornam à sua diocese e paróquia. Uma questão que diz respeito à identidade dos filhos de emigrantes é que eles ficam meio perdidos porque não sabem se são brasileiros ou japoneses. É necessário trabalhar esse lado da identidade para que não se sintam perdidos.

Em seguida Padre José Altevir da Silva (SVD) começou sua colocação sobre a criação de Comidis e Comipas, sua necessidade e importância nas dioceses e paróquias, sua base teológica, espiritual e funcionalidade na organização pastoral nas igrejas locais. A base mística fundamental está na motivação que pode ser inspirada na frase de Paulo "fiz-me fraco com os fracos" (1Cor. 9,19). É do sentido de gratidão para com Deus que alguém sente que precisa dar o que recebeu. Quem se sente tocado pelo amor de Deus vai procurar disseminá-lo (cf. Gal 2,20). Padre Altevir salientou que muitas vezes usamos o termo missão por tudo e por nada, deixando-nos influenciar pelo significado que a propaganda comercial dá a esse termo para indicar a busca de sucesso. Todos são missionários não apenas porque fazem uma atividade missionária qualquer, mas porque se preocupam com a dimensão missionária em todas as pastorais, em todos os grupos. A preocupação maior deve estar voltada para quem ainda está longe de Cristo. Depois de explicar o melhor modo de constituir os Comidis e os Comipas, padre Altevir sublinhou a importância de não se fechar na missão local, mas ficar sempre aberto e ligado com a missão global. A missão local tem que se empenhar na busca dos redutos missionários, divulgar a imprensa missionária, promover a oração, cuidar de todos os níveis, Infância, Juventude etc. Antes de passar para a exposição das metodologias para constituir um grupo de ação missionária, traçar objetivos, estabelecer meios e etapas, foi bem lembrado de que a presença de um pároco no grupo de animação e dedicação é indispensável para que uma ação missionária local seja eficaz e não apenas lugar de generosidade de alguém que encontrou aí um espaço de preferência pessoal. E para terminar o enfoque, foi lembrado de que é necessário estar sempre a caminho como Jesus (Mt 4,22). A missão é um caminho nunca terminado, percorrido por pessoas alegres, corajosas e que despertam atenção e interesse.

Terminada a exposição do padre Altevir, padre Everton Aparecido da Silva, assessor do Comire, tomou a palavra para apresentar o novo regulamento do COMIRE que foi atualizado, aperfeiçoado, pela equipe executiva e apresentado para possíveis melhoramentos. Dados os esclarecimentos pedidos por alguns membros da Assembleia e apresentadas algumas propostas de melhoramentos do texto, o Regulamento foi aprovado por todos os membros da Assembleia.

A última etapa da Assembleia foi o encontro de grupos por sub-regionais para refletir sobre o Instrumento de Trabalho preparado pela executiva para ler, tirar conclusões, trazer propostas de ação para o plenário e partilhar experiências de ação missionária. No plenário foram acolhidas as propostas sobre as quais a equipe executiva irá refletir também em vista do Encontro Missionário do Regional em 2.013 em Catanduva nos dias 23, 24 e 25 de agosto.

* Padre Joaquim Gonçalves é diretor da revista Missões.

Fonte: Revista Missões

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