Pastoral da Saúde de São Paulo realiza a primeira peregrinação no Ano Santo da Misericórdia

Dia Mundial do Enfermo e de Nossa Senhora de Lourdes abre peregrinação à Catedral da Sé, em São Paulo, no Ano Santo da Misericórdia.

Por Steven Ngari

A Pastoral de Saúde da arquidiocese de São Paulo, coordenada pelo padre João Inácio Mildner organizou a primeira peregrinação à catedral da Sé, nesta quinta-feira, dia 11 de fevereiro. Ao chegar, os peregrinos passaram pela Porta Santa fazendo as devidas orações e adoração. Às 14h30 rezaram o terço dentro da igreja e às 15h começou a missa presidida pelo arcebispo dom Odilo, cardeal Scherer. Dom Julio Endi, o bispo auxiliar responsável da região Lapa concelebrou na presença de alguns padres e diáconos.

diamundialdoenfermo162A Pastoral da Saúde aproveitou o dia em que se celebra o Dia Mundial do Enfermo e festa de Nossa Senhora de Lourdes para realizar o evento, com peregrinos vindos de todas as regiões da arquidiocese de São Paulo.

Além da peregrinação, o arcebispo disse que o serviço aos doentes é uma obra de misericórdia, um requisito do ano Jubilar. O convite de visitar aos doentes e cuidar deles veio de Jesus. Trabalhar com doentes é viver o evangelho, é missão.

O cardeal lembrou aos presentes as condições necessárias para receber validamente a indulgência plenária para si ou para uma outra pessoa: participar de uma peregrinação, arrependimento sincero, desejo firme de conversão, confissão sacramental, participação da Santa Missa e comunhão eucarística, renovação da profissão da fé católica, oração pelo papa e suas intenções pela Igreja de todo o mundo, praticar obras de misericórdia e caridade fraterna.

“Ser doente não é fácil! Cuidar de doentes também não é fácil”, assim o presidente da celebração começou a sua homilia. Aproveitando a primeira leitura, dom Odilo observou que viver é escolher. Como cristão escolhemos Deus em todos os momentos, até na doença. Para ele, na doença é momento propício para o enfermo se encontrar com Deus e dialogar com Ele. “O que Deus quer de mim com essa doença? Aonde está me levando?” são perguntas para ajudar a lidar com o sofrimento.

Os doentes e os pobres são a carne (o corpo) doente e ferida de Deus,” destacou dom Odilo. O arcebispo lembrou os versículos bíblicos falando da misericórdia, “Felizes os misericordiosos porque alcançarão a misericórdia”, Mt 5,7. E também, “Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia”, Tg 2,13. Assim ele convidou viver o ano da misericórdia cuidando das pessoas necessitadas e principalmente dos doentes.

Os planos de saúde e os programas dos governos não substituem a missão do cristão aos doentes. Eles não transmitem compaixão, carinho, fé, esperança e calor humano. Nenhum doente, seja em casa ou no hospital deve ficar sem receber visita.

Ele fez campanha no combate ao mosquito transmissor do vírus Zika. O cuidar de doente é também evitar que haja mais doentes. Entretanto, ele avisou os presentes contra propaganda enganosa que convida as grávidas a abortar para evitar bebês com microcefalia. Matar a vida não pode se comparar com matar o mosquito. A vida, sem importar as condições físicas, deve ser protegida e promovida até a morte natural.

Concluindo, o cardeal lembrou os cristãos que é a sua responsabilidade e dever participar das políticas públicas em favor de uma saúde melhor. O Sistema Único de Saúde (SUS) embora sirva, precisa ser melhorado. Ele chamou atenção da demora em consultas, onde pessoas chegam a morrer esperando. O governo tem um dever incumbido de providenciar uma saúde de qualidade para todos seus cidadãos. Onde isso não acontece o povo precisa cobrar por meio das organizações sociais. Pastoral da Saúde pode ajudar também nesta área.

Steven Ngari, imc, é missionário da Consolata em São Paulo, SP.

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