Maria, mãe de Deus

Precisamos sempre e cada vez mais do encanto de Maria, patente no amor desmedido de Deus Pai, na mãe afeiçoada de Deus Filho e na esposa favorita do Espírito Santo, nela manifestado.

Por Geovane Saraiva*

Neste tempo do Natal, ao celebrarmos no primeiro dia do ano a Solenidade de Maria, mãe de Deus, a família dos filhos de Deus experimenta, pela voz da Igreja, a esperança e a consolação que chegam para a humanidade. É aquela esperança já anunciada em tempos remotos que já se completou, na humildade da simples manjedoura. É Deus em nosso meio, forte e mais forte, nascido como o mais simples e o mais humilde dos humildes; ele, sendo infinitamente rico, fez-se pobre para abundantemente nos enriquecer com a sua pobreza (cf. Cor 8, 9).

carmo1Maria, compreendida e admirada à luz do vínculo misterioso e da visão beatífica de Deus, na sua beleza, somos chamados a contemplá-la aos olhos da fé e da esperança, pela alegre proclamação da chegada do recém-nascido na estrebaria. "Pela sua maternidade divina, elevada a uma dignidade quase infinita, uma dignidade quase divina" (Cardeal Lorscheider), somos capazes de superar os empecilhos da vida, no menino que nasceu para nós, num filho que nos foi dado, ele que carrega nos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz" (Is 9, 5), que revelou-nos seu infinito amor para conosco.

Precisamos sempre e cada vez mais do encanto de Maria, patente no amor desmedido de Deus Pai, na mãe afeiçoada de Deus Filho e na esposa favorita do Espírito Santo, nela manifestado. Humanamente, não é fácil imaginar a grandeza das maravilhas de Deus, ao habitar na pessoa de Maria, dando-nos, assim, a certeza e a consciência do grande tesouro de que em Deus nós existimos, para Deus vivemos e para o mesmo Deus voltaremos. É a bondade de Deus no convite que nos é feito: o de "participar da divindade daquele que uniu a Deus nossa humanidade".

Que, diante de Deus, coloquemos a nossa vida, de mãos estendidas, porque nascemos para Deus, como sinal da nossa resposta ao dom maravilhoso da vida, num menino nascido para nós. Ele nos ensina nas dificuldades, nos sofrimentos e nas angústias, pelas quais passamos, mas nos inspira pela pessoa de Maria, no seu pensar reflexivo, no ardente desejo de, com ela, conquistarmos uma cultura de paz, comprometidos em construir um mundo melhor, na superação dos conflitos, a partir do mistério de Deus encarnado. Amém!

*Geovane Saraiva é pároco de Santo Afonso, Jornalista, Blogueiro, Escritor e Colunista, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com

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