Rabino Jayme Fucs e representantes da comunidade judaica visitam Lula em Curitiba

Representantes do povo judeu escolheram a data do yom kippur, feriado religioso que celebra o perdão, para o encontro.

Por Camila Vida

Nesta segunda-feira (17) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a visita religiosa do rabino Jayme Fucs, representante da corrente Secular Humanista, que reúne progressistas e intelectuais no mundo todo. Ele veio em nome do povo judeu visitar o líder petista, acompanhado de outros vinte ativistas judeus, por não se conformar com o desrespeito à resolução do Comitê de Direitos Humanos da ONU e ele lembrou dos setenta anos da criação da Declaração de Direitos Humanos, elaborada depois de presenciado o holocausto promovido pela Alemanha nazista.

Shofar tocado no lado de fora do prédio em Curitiba

Shofar tocado no lado de fora do prédio em Curitiba. Foto Joka Madruga/Agência PT.

O rabino descreveu a visita como emocionante “principalmente porque a gente está num momento especial judaico, o yom kippur, que começa esta noite e é o dia da reconciliação, o dia do perdão, em que a gente faz o balanço da nossa vida, das coisas que aconteceram durante o ano e pede perdão a si próprio, à nossa família e de uma certa forma, pede perdão a tudo que existe no Brasil e no mundo”, explicou o rabino.

Segundo Fucs, o ex-presidente declarou que se arrepende de não ter conseguido dar continuidade ao projeto de mudança do Brasil, apesar de ter esperança de voltar a ter essa oportunidade. “Ele sente que poderia ter feito muito mais durante seus oito anos [de governo], principalmente para a classe pobre. Trazer a dignidade humana, que falta muito no Brasil. O sonho do Lula é voltar e cumprir seu legado, como ele mesmo falou, que tem que ser cumprido”, relatou emocionado.

Em seu relato, o rabino declarou que Lula é amigo do povo judeu e que o papel de sua visita ao ex-presidente enquanto rabino é o de levar conforto, paz e carinho a uma pessoa que está em uma condição de injustiça.

Simbolismo religioso

Depois da coletiva de imprensa, um membro da comitiva tocou um instrumento religioso feito do chifre de um carneiro chamado shofar. “Estamos no ano de 5.779. Nesses 5 mil anos, esse instrumento, ele é tocado só nas ocasiões muito especiais. Nós estamos exatamente entre o ano-novo e o yom kippur, que é o dia do perdão. Então você toca para o céu abrir e Deus ouvir as avaliações que as pessoas fazem do ano que passou. Elas pedem perdão pelo que elas fizeram e se engajam no ano novo, e aí o shofar é tocado de novo para o céu fechar e aí o seu destino está escrito.”, explicou a urbanista Raquel Rolnik, professora de arquitetura da USP, que integrou a comitiva.

Clara Ant, uma das organizadoras da comitiva e fundadora do Instituto Lula, colocou que estavam ali presentes representantes da comunidade judaica que carregavam valores importantes da comunidade. “Essas vinte pessoas que estão aqui vieram em nome dos valores de liberdade, de respeito ao ser humano".

Após a fala do rabino aos militantes da Vigília, o shofar foi tocado novamente.

Fonte: Brasil de Fato

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