Pai Presente

Maria Regina Canhos Vicentin *

O programa Pai Presente é coordenado pela Corregedoria Nacional de Justiça e possui o intuito de estimular o reconhecimento voluntário da paternidade. Não vou dar detalhes do projeto, pois sei que os interessados
podem obter informações consultando a internet, os cartórios e fóruns locais. O que desejo é discorrer um pouco acerca da importância do pai na vida do filho, já que estamos próximos ao dia dos pais.

Sem dúvida, a figura paterna faz diferença no desenvolvimento infantil. Pilar na educação dos filhos, o pai consciente de suas responsabilidades ajuda a forjar o caráter do filho alicerçado em valores morais e éticos,
além de enriquecê-lo com o seu exemplo de vida, trabalho, honestidade e resiliência nos momentos de maior dificuldade.

Dono de características singulares, o homem é mais objetivo e prático que a mulher, apresentando alternativas muitas vezes mais simples na resolução de conflitos, contribuindo para a formação da personalidade dos filhos e
fornecendo segurança diante de situações aparentemente difíceis e complicadas para a mulher.

Exercer a paternidade responsável é agir com a complementaridade necessária ao bom desenvolvimento dos filhos. Além disso, assegurar a divisão das despesas com a mulher é de suma importância num momento em que ela, muitas vezes, se vê obrigada a dar conta de tudo praticamente sozinha. É uma carga bastante pesada, com certeza; e inúmeras são as mulheres que se desincumbem disso sem qualquer auxílio do pai de seus
filhos.

Mais recentemente, virou moda a propositura de ações que visam desconstituir a paternidade assumida na constância do convívio com mãe de filhos que não haviam sido reconhecidos por seus pais biológicos. O homem
reconhece a paternidade dos filhos da companheira enquanto dura a convivência, e depois, com a separação, busca desconstituir a paternidade, como se fosse possível dizer a uma criança que aquele homem que a criou
por cinco, dez ou quinze anos não deseja mais ser seu pai. Simples assim.

A paternidade é importante. Os homens não podem vê-la apenas como o encargo de prestar alimentos. Os filhos veem nos pais um alguém querido, mesmo que ele apresente defeitos. Cansei de ver crianças acolhidas em
instituições que defendem seus pais alcoolistas, drogados, violentos, apenas para poderem ficar ao lado deles. Se isso não for amor, sinceramente, não sei o que possa ser. Os filhos amam os pais, eles os admiram mesmo quando não são tão bons; eles precisam dessa presença, dessa referência, e não apenas na certidão de nascimento.

Espero que você, pai, já tenha percebido como é importante para o seu filho. Reconheça-o, ame-o como ele lhe ama, dê a ele motivos para se orgulhar de você e será sempre lembrado como um exemplo a ser seguido.
Muitos homens podem ser esquecidos, mas jamais o serão aqueles que forem plantados no coração se seus filhos.

* Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.

Fonte: www.mariaregina.com.br

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