Vocação: graça e missão

Seminário Vocacional Nacional foi momento de graça e oportunidade para aprofundamento de temas como problematização da realidade da juventude e olhar teológico e antropológico da vocação.

Por Jacques Kwangala Mboma

Entre os dias 19 e 21 de maio foi realizado o 3º Seminário Vocacional Nacional em Itaici, SP, com o tema: “Vocação: graça e missão”. Foi um momento de graça e oportunidade para os participantes aprofundarem temas como: problematização da realidade da juventude, olhar teológico e antropológico da vocação e outros.

O Encontro foi organizado pela CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil). Teve a participação de pessoas de todas as regiões do Brasil. Foi avaliado pelos participantes que a Igreja no Brasil está com falta de vocações religiosas e consagradas. Várias questões foram levantadas, como a vocação adulta, afro e indígena, pois a vocação deve acompanhar a mudança de época. O próprio ser humano muda constantemente. Os animadores precisam despertar e animar continuamente os que desejam se lançar na Vida Religiosa.

Foi questionado também em vários momentos sobre o processo formativo. Não existe uma relação entre o perfil atual dos jovens com nosso estilo de formação. Há uma tendência de infantilização na caminhada vocacional. Os tempos atuais geram incerteza, vazio e ruptura abrupta com a realidade da juventude. A palestrante, irmã Clotilde afirmou que “a Igreja precisa abrir-se para outro horizonte de vocações, como afro ou indígena”, mas para que isso aconteça, é preciso trazê-los nos nossos ambientes e escutá-los.

Assim também foi apresentada a importância de acompanhar as vocações adultas, mas o coordenador da animação missionária e vocacional dos jesuítas que é leigo, doutor Carlos, afirmou que deve ter o mínimo um preparo para essa categoria que exige a mudança das nossas estruturas tradicionais e históricas.

Outro questionamento surgiu durante o Seminário: por que os jovens manifestam interesse vocacional e depois se distanciam da Vida Religiosa? Às vezes por falta de testemunho por parte dos religiosos sou por não se identificar como o carisma das Congregações. Preferem ir embora. Diante dessa hipótese, pode-se perguntar: Que modelo de Igreja nós queremos construir a fim de promover a cultura vocacional?

Algumas igrejas se preocupam mais com estética paramental do que com o Evangelho. A vocação não se confunde com aparência em troca de nossa compensação. Ela é um dom único e especial do ser humano, chamado por Deus. Por este motivo, a nossa vocação não pode ser transferida para outras pessoas. A Igreja é de natureza missionária, assim a nossa vocação é para ser utilizada como missão na Igreja, a fim de fazer com que assumamos a nossa responsabilidade.

Jacques Kwangala Mboma, imc. Coordenador da Animação Missionária e Vocacional, SP.

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