A Amazônia tem muito a ensinar para o mundo e para a Igreja

Texto e imagens por Jaime Carlos Patias

Fernando Lopez, SJ, da Equipe Itinerante partilha impressões sobre o Sínodo para a Amazônia (6 a 27/10) após uma semana de trabalhos. "É tempo de kairos. Nunca poderíamos imaginar que em Roma, dentro da Basílica São Pedro a Amazônia seria plantada. Kairos significa profecia. É tempo do Espírito. Ninguém poderia imaginar que a Amazônia chegasse ao Vaticano. Mas profecia, kairos significa também duas coisas: tempo de anúncio e tempo de denúncia. Nossos irmãos indígenas com suas pinturas, com seus cocares, danças e cantos, anunciam que outro mundo é possível, que o Bem-Viver para todo Planeta, para todos os seres que habitam a Casa Comum é possível. Mas profecia é também denúncia. Com suas danças eles denunciam esse projeto de morte vinculado ao capital e ao dinheiro que só querem lucrar, onde a vida das pessoas é mercadoria. É denúncia de que não podemos servir a dois senhores: ao Deus da vida e ao deus dinheiro", afirma o missionário que está em Roma com um grupo missionários, missionárias e lideranças indígenas para promover atividades na Tenda Amazônia: Casa Comum, um espaço de reflexão, partilha e oração em plena sintonia com o Sínodo.

"Quanto maior a diversidade, mais divino e, conseguiremos unidade na diversidade e na complementariedade. Amazônia é o rosto da Trindade por que é unidade na diversidade e complementariedade. Encher a Basílica no Vaticano de cor, de danças, de outros modos de de rezar e de se aproximar do mistério de Deus é profecia por que é testemunhar que a Trindade está viva. Quanto mais diferente, mais divino. É unidade na diversidade e não na uniformidade. E Amazônia tem muito a ensinar para o mundo e para a Igreja de que a diversidade é princípio teológico. Não devemos ter medo da diversidade, temos que aprender a viver e a rezar na diversidade por que é isso que faz a vida possível", sublinhou Fernando.

"Uma selva sem a outra, não tem solução. Temos que seguir plantando na Amazônia por que ela é órgão vital para o mundo, mas temos também que plantar neste selva de asfalto e e em todas selvas do mundo. As grandes empresas estão na Amazônia depredando e matando por que alguém no mundo consome.... Se todos dançamos a dança da vida e enfrentamos os projetos de morte e as futuras gerações poderão continuar esta dança da vida sobre a Mãe Terra, a Casa Comum".

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Jaime C. Patias, IMC, Conselheiro Geral para América.

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