Reflexões sobre a mentira

A mentira é a mãe da decepção e gera a infelicidade alheia, esfria e destrói qualquer relacionamento, seja entre casais, entre colegas de trabalho ou na vida comunitária.

Por Juacy da Silva*

As relações em sociedade, principalmente na perspectivas da civilização do amor e da sociedade do bem viver, devem ser fundadas na verdade, na dignidade, na transparência e no respeito mútuo, só assim estaremos construindo relações sólidas, duradouras e benéficas para todos/todas.

A mentira é a mãe da decepção e gera a infelicidade alheia, esfria e destrói qualquer relacionamento, seja entre casais, entre colegas de trabalho ou na vida comunitária.

A mentira é um tapa na cara de quem confia na pessoa que mente de forma corriqueira e que acaba enredada nas teias de sua própria simulação. Tem pessoas que mentem que estão doentes quando não estão; ou que estão em apuros quando isto não e verdade; mentem quando dizem que amam e estão traindo a confiança da outra pessoa.

A mentira é o oposto da verdade e da gratidão, por isso se diz que quem mente não reconhece quem ajuda, quem pratica a solidariedade.

A mentira é obra de Satanás, do demônio e deriva do espírito do mal, mesmo que quem costuma mentir possa até se dizer uma pessoa religiosa e temente a Deus. Por isso é um pecado e uma agressão contra a pessoa que o mentiroso ou a mentirosa deseja ludibriar.

suicidio1A mentira é como uma facada no coração da vítima do engodo, da falsidade e pode levar à morte sonhos, esperanças de um futuro melhor, de um mundo melhor, seja a dois, no caso de um casal ou de mais pessoas, como no caso das famílias, comunidades, igrejas e da sociedade em geral.

A mentira fecha qualquer e todas as portas para um amor verdadeiro e abre a porta para a desconfiança e o medo do futuro, podendo até mesmo gerar a violência, como acontece entre casais. Quem mente não ama, não respeita e nem gosta da pessoa vítima da mentira e que foi ou está sendo enganada.

A mentira é um ato desleal, acaba com a confiança e gera dúvidas quanto à sinceridade de quem costuma e gosta de mentir, por mais angelical que esta pessoa (mentirosa) possa ser ou pretender aparecer.

A mentira destrói o amor entre as pessoas, destrói as pontes do entendimento e cria fossos intransponíveis, às vezes para sempre. É por isso que a mentira faz verter lágrimas e sofrimento de quem foi ou está sendo enganado ou enganada, ludibriado ou como se diz, “passado para trás” e gera ciúmes, destruindo qualquer relação.

As pessoas que mentem são frias, calculistas, manipuladoras, dissimuladoras; não amam nem a si próprias e muito menos a pessoa ou pessoas que foram vitimas de suas mentiras. Por isso os dias das pessoas que mentem constantemente, a vida toda, são conturbados, tristes, solitários e acabarão perdendo amigos, companheiros, companheiras, às vezes para sempre.

A pessoa que mente costumeiramente pode apresentar uma personalidade distorcida e estar a beira de ser classificada como uma psicopata, pois pretende criar uma realidade falsa como sendo verdadeira. Neste sentido, a mentira também é uma doença tanto psicológica quanto espiritual, que afeta o caráter e a personalidade e, por isso, precisa ser tratada enquanto é tempo. Isto exige humildade e o ato de reconhecer seus próprios erros e, se ainda tiver tempo, pedir perdão a quem foi ludibriado/ludibriada ou está sendo vítima da mentira.

Cuidado com as pessoas mentirosas, lembre-se de que “quem vê cara, não vê coração e nem a alma alheia”. Nenhuma relação pode ser fundada na mentira, por isso Cristo afirmou de forma categórica: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, só a verdade nos liberta da mentira e de suas terríveis consequências.

*Juacy da Silva, professor universitário, titular, aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Email profjuacy@yahoo.com.br Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Deixe uma resposta

20 − 13 =