ACNUR lança perfil socioeconômico de pessoas refugiadas no Brasil

Realizado por acadêmicos associados à Cátedra Sérgio Vieira de Mello, estudo aborda questões de integração educacional, social e laboral.

Por ACNUR

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Cátedra Sérgio Vieira de Melo (CSVM) lançam nesta quinta-feira (30), em Brasília, pesquisa inédita sobre o perfil socioeconômico dos refugiados no Brasil. Elaborado por professores associados à CSVM por meio de entrevistas domiciliares, o estudo é um marco na produção do conhecimento sobre o tema do refúgio no Brasil e da integração social, educacional e econômica de uma população altamente vulnerável.

Chila com seu esposo Elvis e as crianças acampados em terreno baldiu no bairro Pintolândia em Boa VistaA fim de analisar as variáveis sociodemográficas e laborais, foram conduzidas entrevistas com cerca de 500 pessoas refugiadas reconhecidas pelo Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) e que hoje residem no Brasil. O relatório traz dados a respeito da escolaridade, do perfil laboral, da integração social, dos obstáculos à integração e das perspectivas futuras da população pesquisada. O trabalho de campo foi realizado entre junho de 2018 e fevereiro de 2019.

O perfil será lançado no auditório da Escola Superior do Ministério Público da União (Setor de Grandes Áreas Sul 604), a partir das 10hs. As inscrições para o evento são gratuitas e limitadas, podendo ser feitas pelo endereço https://forms.gle/nyimh5TsTKpsbNV86.

A mesa de abertura contará com a presença do Representante do ACNUR no Brasil, José Egas, do Coordenador Geral do CONARE, Bernardo Laferté, do Secretário de Planejamento e Projetos da ESMPU, Volker Egon Bohne, e a da Diretora do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, Profa. Dra. Rozana Reigota Neves. Os dados gerais do estudo serão apresentados pelo professor Marcio Sergio Batista Silveira de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná, coordenador nacional da pesquisa.

O evento também contará com a exposição de dois painéis sobre as perspectivas locais dos oito estados contemplados pela pesquisa – São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Santa Catarina, Minas Gerais e Amazonas – que concentram 94% dos refugiados sob a proteção do governo brasileiro.

Os professores e acadêmicos envolvidos na pesquisa são vinculados à Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Estadual de Campinas, Fundação Casa Rui Barbosa, Universidade de Brasília, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Universidade Federal do Amazonas e Universidade Federal de Santa Catarina.

Sobre a Cátedra Sérgio Vieira de Melo

Desde 2003, o ACNUR implementa a Cátedra Sérgio Vieira de Mello em cooperação com centros universitários nacionais e com o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE). A CSVM visa difundir o ensino universitário, a pesquisa e a extensão acadêmica sobre temas relacionados ao refúgio, promover a formação acadêmica e a capacitação de professores e estudantes, além de apoiar diretamente refugiados em projetos comunitários.

Sobre Refugiados no Brasil

De acordo com os dados do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) do Ministério da Justiça, até o final de 2018 o Brasil já havia reconhecido 10.522 refugiados provenientes de 105 países, tais como Síria, República Democrática do Congo, Colômbia, Palestina e Paquistão. O reconhecimento como refugiado é fundamentado por situações de fundado temor, perseguição relacionada a raça, religião, nacionalidade, pertencimento a determinado grupo social ou opinião política. Destes, 5.134 continuam no país na condição de refugiado, sendo que 52% moram em São Paulo, 17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná. Atualmente, a população síria representa 35% da população refugiada com registro ativo no Brasil.

Fonte: Acnur

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