Nossa Senhora de Guadalupe

Aparição que intriga há meio milênio, numa província próxima da Cidade do México.

Por Carlos Roberto Marques*

No dia 12 de dezembro celebra-se Maria Santíssima sob o título de Nossa Senhora de Guadalupe, cuja aparição tem perto de quinhentos anos. Foi numa província próxima da Cidade do México, e dessa vez o agraciado foi o índio Juan Diego. O pedido da Santa era que se construísse naquele local uma igreja. Guadalupe não era um lugar; a palavra designava uma missão assumida por Maria: veio para derrotar uma idolatria que sacrificava vidas humanas em favor de uma deusa pagã.

novena-nossasenhora-guadalupeLevado o pedido ao bispo local, ele quis provas da aparição. Foi Maria mesma quem as providenciou, pedindo ao índio que ali colhesse flores e as levasse ao bispo. Já se realizou aí o primeiro milagre, pois naquele local e naquela estação climática era impossível nascerem flores. Com muitas delas embrulhadas no próprio poncho, o índio dirigiu-se ao bispo. Aberto o poncho e despejadas as flores, a imagem de Nossa Senhora brilhou fulgurante, estampada no poncho. Consta que nenhum teste nem pesquisa conseguiram identificar o tipo de tinta, a técnica utilizada, e como a imagem perdura por tanto tempo numa superfície de tecido completamente inadequado.

Mais intrigante ainda é que se detectou, nos olhos da imagem, figuras humanas impressas como se fossem mesmo reflexos de visão registrada pela íris, e não uma minúscula pintura feita por mãos humanas. Seria a cena do momento da revelação, no instante em que o bispo e demais presentes receberam as flores e se deslumbraram com a estampa exibida no poncho do índio.

Nossa Senhora Aparecida revelou-se na imagem encontrada no Rio Paraíba do Sul, por pescadores. O inaudito é ter essa imagem sido resgatada em duas etapas. Considerando a extensão e a correnteza do rio, pesos e formas diferentes das partes recolhidas na rede, o mais provável era que uma delas nunca fosse encontrada. O ícone da Consolata, soterrado e esquecido sob escombros da velha igreja, foi resgatado por um homem que, inspirado pela Santa, viajou da França para a Itália, em busca do quadro; e ele era cego.

Morena cor de canela, como aqui, ou de aparência mestiça, como lá, para revelar seu Filho e obter para ele novos discípulos e seguidores, Maria escolhe ela mesma seus próprios caminhos e seus fiéis colaboradores. E aí é só ficar atento para quando ela disser: “Fazei tudo o que ele vos mandar!”

*Carlos Roberto Marques é Leigo Missionário da Consolata – LMC, bacharel em Direito pela USP e membro da equipe de redação.

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