Clamor da violência supera oração pela paz, diz Papa

Rezo para que os cristãos não sejam obrigados a abandonar o Iraque e o Oriente Médio.

Por Rádio Vaticano
Foto: AP

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Com o encerramento do Sínodo, o Papa Francisco retomou seus compromissos no Vaticano. A primeira audiência desta segunda-feira (26/10) foi aos membros do Sínodo da Igreja Caldeia, que teve início no último sábado (24/10).

Ao saudar o Patriarca Louis Raphaël I Sako, o Pontífice estendeu sua saudação aos fiéis e a todos os habitantes do Iraque e da Síria, “num período particularmente sofrido e delicado. Possa a misericórdia de Deus, na iminência do Ano Jubilar, lenir as feridas da guerra que causam chagas no coração de sua comunidade, para que ninguém se desencoraje neste momento, em que os clamores da violência parecem superar as orações pela paz”.

Para Francisco, a situação regional está gravemente comprometida pelo ódio fanático que continua a provocar uma “forte hemorragia” de fiéis, com inúmeros exemplos de perseguição, levando até mesmo ao martírio. Diante desta situação, o Papa confirma todo o apoio e a solidariedade da Sé Apostólica a favor do bem comum de toda a Igreja Caldeia. “Rezo para que os cristãos não sejam obrigados a abandonar o Iraque e o Oriente Médio.”

À comunidade internacional, Francisco renovou o apelo para que saiba adotar todas as estratégias válidas a fim de promover a paz em países devastados pelo ódio.

Bom Pastor

Quanto ao Sínodo da Igreja Caldeia, o Papa faz votos de que seja vivido com sentido de responsabilidade, de participação e de serviço, tendo sempre presente a imagem do Bom Pastor.

“Assim, conseguirão diminuir as distâncias que separam e discernir as respostas às urgências atuais da Igreja Caldeia, seja na madre pátria, seja na diáspora. Deste modo, as reflexões que emergirão poderão oferecer soluções profícuas às suas exigências atuais e ocasiões de convergência para a resolução de problemáticas litúrgicas e de ordem geral”, concluiu o Pontífice.

Sínodo da Igreja Caldeia

A Assembleia sinodal da Igreja Caldeia se realizará em Roma até o dia 29 de outubro. Foram convocados 21 Bispos à frente das dioceses caldeias presentes em território iraquiano, no Oriente Médio e na diáspora.

O Sínodo havia sido convocado precedentemente em 22 de setembro em Ankawa, subúrbio de Irbil, habitado em sua maioria por cristãos, onde estão abrigados também boa parte dos refugiados da Planície de Nínive em fuga do Estado Islâmico. Depois, a Assembleia sinodal foi adiada e convocada posteriormente em Roma, também para facilitar a viagem dos Bispos provenientes dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália. O Patriarca Louis Raphael I já se encontrava em Roma, onde participou do Sínodo sobre a família.

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