Naufrágios e imigração: é uma questão de responsabilidade mundial, afirma especialista

Assessoria de Imprensa

Após uma semana de naufrágios consecutivos na região do Mediterrâneo, a União Europeia propôs nesta quarta-feira (22) um plano de ação para lidar com os desafios da imigração irregular. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) recebeu a proposta de maneira positiva e reforçou que a prioridade deve continuar sendo salvar vidas. "A responsabilidade de resgate é de todo o continente europeu, ainda que a Itália seja a porta de entrada dos refugiados por conta da proximidade com o continente africano", afirma o professor do curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina (FASM), Sérgio Cacozza.

No entanto, a imagem do governo italiano vem sendo prejudicada pelo constante aumento no número de imigrantes. "A população vem se colocando contrária à entrada de estrangeiros de maneira muito contundente, principalmente no sul do país, onde o desemprego da juventude já atinge os 80%", pontua. "Ainda que a falta de postos de trabalho não esteja relacionada à imigração, o sentimento de xenofobia apenas cresce, uma vez que buscamos explicações imediatistas para os problemas que enfrentamos", explica.

"A situação financeira europeia é crítica e a economia vem se aquecendo muito lentamente. O cidadão não consegue medir esse indicador, o que faz com que ele tenha uma visão mais restrita sobre o cenário no qual está inserido", elucida o docente. "O maior erro, porém, está na forma como esse migrante é absorvido pela sociedade. O Canadá, por exemplo, tem uma estrutura completa para incorporar estrangeiros em seu mercado de trabalho; o Brasil vem importando profissionais da área de tecnologia. Em situações assim, a movimentação xenofóbica cessa", conclui.

Segundo dados recentes apresentados pela imprensa italiana, organizações criminosas como "Mafia Capitale" e "Cosa Nostra" vêm se beneficiando da imigração ilegal. "A máfia, de forma geral, movimenta bilhões com o tráfico de pessoas. E é declarado por algumas lideranças que, se a União Europeia bloquear a entrada de estrangeiros pelo Mediterrâneo, eles encontrarão outras rotas para continuar movimentando esse mercado", finaliza.

Fonte: Faculdade Santa Marcelina

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