Leigos Missionários da Consolata vivem experiência em Dourados

Fátima e Luiz Bazeggio *

A missão em Dourados (MS) sempre foi acompanhada pelos Leigos Missionários da Consolata- LMC-SP com expectativa e interesse. No início de dezembro de 2010, o convite feito pela Irmã Edite Cobalchini, superiora regional MC, motivou um pequeno grupo de LMC de São Paulo (Leonor, Sérgio e Antonieta, Luiz e Fátima), para conhecer mais de perto a realidade dos povos indígenas que vivem na reserva de Jaguapirú onde desde 2006, as missionárias da Consolata desenvolvem um trabalho nas comunidades a pedido de dom Redovino, do bispo de Dourados. A oportunidade surgiu no mês de janeiro de 2011, quando as Irmãs que lá trabalham tiveram de ausentar-se para participar da Assembleia anual da Congregação realizado em São Paulo.

Assim que chegamos a Dourados, na manhã do dia 17 de janeiro, fomos acolhidos pelas Irmãs Rosarita Busata e Susana Possamai, que por dois dias nos acompanharam em visita a algumas lideranças da comunidade indígena e nos introduziram um pouco mais na vida da cidade. Durante esse período também tivemos um encontro com um grupo de casais de uma das paróquias da cidade que se reúne periodicamente para oração do terço. Nesta oportunidade depois da oração tivemos uma troca de experiência que muito nos enriqueceu e onde pudemos colocar um pouco do que é ser Leigo Missionário da Consolata.

Depois que as Irmãs partiram para São Paulo, ficamos na casa e fomos preparando a nossa agenda de visitas e atividades para os dias que viriam. Éramos cinco leigos vivendo em comunidade onde, com tranquilidade e alegria íamos definindo tarefas e compromissos, dividindo tudo desde os trabalhos até as despesas e aproveitando da rica oportunidade de ter momentos de oração em conjunto, num clima de muita harmonia e fraternidade.

A vivência em comunidade se tornou uma experiência de vida tão rica que merece ser mencionada, pois dela saímos fortalecidos, amadurecidos e com uma nova visão da realidade.

Das famílias indígenas que tivemos oportunidade de visitar, procuramos ouvir mais do que falar, para sentir as reais dificuldades que eles enfrentam e ouvir seus desejos e aspirações.

Com pesar percebemos que pouco resta da cultura original e que a proximidade com a cidade traz rapidamente vícios, problemas com drogas, prostituição e hábitos nocivos a toda aldeia.

Pudemos identificar as dificuldades que eles enfrentam na área da saúde e educação, além da falta de emprego e do constante conflito na luta pela posso definitiva da terra herdada dos antepassados, hoje cobiçada por fazendeiros.

O tempo que permanecemos em Dourados foi pouco para entendermos uma questão tão complexa como é a causa indígena, com tudo o que ela comporta. São anos, ou melhor, séculos de preconceito de um lado, de descaso das autoridades do outro e de políticas de protecionismo que tem interesses em manter o índio mais e mais dependente, no lugar de promover a sua cultura, garantir a terra que daria trabalho e condições de vida digna.

As igrejas fazem a sua parte, e estão presentes em toda a reserva. São muitas as denominações cristãs que dividem os fiéis, que no fundo parecem não saber a diferença entre elas, sendo que no final acaba prevalecendo as práticas religiosas ancestrais.

Fomos conhecer a "Missão Evangélica Porta da Esperança", que os Presbiterianos mantém há aproximadamente 80 anos, e que conta com uma escola, um hospital geral e um centro de atendimento às crianças desnutridas.

Dentre as atividades programadas, fizemos questão de visitar uma unidade da "Fazenda da Esperança" em Rio Brilhante, a 60 km de Dourados. Esta obra merece respeito e destaque, pelo trabalho que desempenha junto aos dependentes de drogas e álcool.

Na véspera de nosso regresso a São Paulo, o mesmo grupo de casais que nos encontrou na chegada, ofereceu-nos como despedida um churrasco típico mato-grossense e nos pediram para falar das impressões sobre a visita à cidade e às aldeias.

Diante do interesse que eles demonstraram pela dimensão missionária na vida do leigo, aproveitamos para fazer uma bela animação missionária, pois quem sabe daquele encontro alguns poderão sentir algum dia quem sabe, a vocação para ser LMC.

Em nome do Grupo queremos compartilhar com todos os LMC da Região Sul do Brasil esta inesquecível experiência.

* Fátima e Luiz Bazeggio, Leigos Missionários da Consolata - LMC, São Paulo.

Fonte: Revista Missões

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