Paróquia moçambicana em festa

A paróquia de Nossa Senhora de Fátima de Mecanhelas celebrou com pompa e circunstância os seus 50 anos de vida no último domingo, 28 de agosto.

Por Diamantino Antunes

Os 50 anos de vida da paróquia de Nossa Senhora de Fátima de Mecanhelas foram celebrados por centenas de católicos que contemplaram a ordenação de um diácono e de um sacerdote.

mocambiqueA paróquia de Nossa Senhora de Fátima de Mecanhelas celebrou com pompa e circunstância os seus 50 anos de vida no último domingo, 28 de agosto. Fundada em 1966 pelos Missionários da Consolata, Mecanhelas é umas das paróquias com maior número de católicos e de comunidades da diocese de Lichinga. Atanásio Canira, novo bispo de Lichinga, teve oportunidade de constatar de perto esta vitalidade durante a visita pastoral que teve na celebração do jubileu paroquial do seu encerramento. Durante a Missa solene, na qual participaram centenas de católicos, ordenou um diácono e um sacerdote naturais desta paróquia. No campo vocacional, Mecanhelas leva também a dianteira com uma dezena de sacerdotes naturais da terra.

A Eucaristia de encerramento do Jubileu paroquial foi uma ocasião para dar graças a Deus pelos muitos frutos colhidos e uma ocasião para agradecer o trabalho de evangelização e promoção humana realizado pelos Missionários da Consolata, que entregaram a paróquia à diocese a 19 de outubro de 2014. Na sua homilia, o bispo de Lichinga desafiou os cristãos e a nova equipa missionária a continuarem com o mesmo empenho e dedicação o trabalho realizado pelas gerações anteriores: «Devemos rejubilar e dar graças a Deus. Foi percorrido um bom caminho. Sabei vós, os católicos de hoje, com o acompanhamento dos padres diocesanos, novos pastores deste rebanho, receber o fogo dos vossos antepassados na fé e entregá-lo aceso às novas gerações. A história dos próximos 50 anos deverá ser construída e escrita por vós».

A paróquia foi fundada pelo padre Mário Spangaro, que trabalhava na missão de Mepanhira. No dia 13 de maio de 1965 benzeu um «nicho» dedicado a Nossa Senhora de Fátima, na povoação de Mecanhelas, na altura pequeno centro comercial e sede da administração colonial. O régulo, autoridade tradicional, era muçulmano mas amigo do missionário. Pensou: «Nossa Senhora de Fátima será o vínculo de amizade entre muçulmanos e cristãos». Preparou os seus planos apostólicos: iniciou em 1966 a fundação da missão e colocou-a sobre a proteção da Virgem de Fátima. Iniciou logo a construção da igreja-santuário, concluída em 1967, de modo a consagrá-la a Nossa Senhora no cinquentenário das aparições de Fátima.

Com os anos, a paróquia de Mecanhelas foi-se consolidando. Gerações de missionários da Consolata deram o melhor de si mesmos, com a colaboração dedicada dos catequistas, na evangelização e na promoção humana desta terra. Maria Virgem vigiou verdadeiramente com amor materno este ângulo de Moçambique, nas proximidades da fronteira com o Malawi. Em 2002, a paróquia de Mecanhelas, desmembrou-se a paróquia de Santa Maria Mãe de Deus de Entre-Lagos. Com mais de 30.000 católicos e 141 comunidades cristãs, a paróquia de Mecanhelas deverá ser desmembrada e dar origem a mais duas novas paróquias num futuro próximo. A semente do Evangelho lançada em terra boa germinou, a planta cresceu e os frutos aumentam.

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