Centro de Animação Missionária José Allamano acolhe Jornada Vocacional

Victor Mbesi Wafula

"Vós sois o futuro da humanidade, vós sois a esperança da Igreja." Com essas palavras do Bem-aventurado João Paulo II, as Irmãs, as aspirantes e seminaristas missionários da Consolata lançaram o convite aos jovens para participar da Jornada Vocacional que teve lugar no Centro de Animação Missionária José Allamano, no bairro Pedra Branca, Zona Norte de São Paulo. O encontro aconteceu entre os dias 23 a 25 de março e contou com a participação de cinquenta jovens.

Há necessidade urgente de se trabalhar com mais vigor com os jovens inseridos numa sociedade conflituosa. Na busca da própria identidade é importante que o jovem saiba escolher em que direção navegar, consciente das consequências da sua escolha. A cada dia tem algo novo surgindo e no meio dessas mudanças o jovem não está salvo, não é indiferente. A evolução está mais rápida e mais destrutiva pelas suas consequências. A sociedade pensa diferente, não propõe, mas impõe ao jovem uma imagem que vem de longe e dos outros. Diante das mídias e suas novidades tecnológicas, diante de conflitos de valores éticos e identidade pessoal, a tendência é a de se deixar levar pelos correntes mais fortes. Assim, não é estranho se deixar modelar à imagem do artista mais formoso do dia e negar o "eu" que sou acolhendo o "outro" que não sou.

Mais que ensinar, a opção preferencial pela juventude tem como finalidade acompanhar e orientar. Com a ajuda da Irmã Rosa Clara Franzoi, MC, a animadora vocacional, os participantes da Jornada Vocacional refletiram sobre o tema: "A vida como dom e como resposta". Na sua exposição a assessora fez questão ajudar os jovens presentes a compreenderem a importância da vida, que é o primeiro dom gratuito de Deus para nós. Tudo o resto se constrói sobre esse pilar fundamental. Portanto, ela é uma condição sine qua non e não se pode falar de qualquer ramo que não seja dela. Nós falamos de vida, mas pouco a compreendemos. Enquanto não a compreendemos na sua totalidade, esconde-se algo dela, algo misterioso. Pode ser que vivemos o que pouco compreendemos. Esse paradoxo não encontra resposta pelo raciocínio humano, mas sim, pelos olhos de fé, vendo a vida como dom. O nosso dever é desenvolvê-la e vivê-la em plenitude.

Uma vez que entramos na história pelo nascimento, temos um projeto para realizar, o sonho pelo qual anseia o nosso coração. Os jovens são chamados a serem protagonistas da sua própria história. Esse seria um meio formidável para chegar ao ideal, mantendo a sua identidade genuína. A exigência aludida é a tomada de consciência de que "sou gente", e que "tenho um projeto para realizar".

O resumo da exposição da Irmã Rosa Clara encontra-se no pensamento do T. de Chardin, em seu livro, "O fenômeno do ser humano", onde afirma: "A vida é um mistério; o mistério exprime desejos e os desejos requerem escolhas".

Em seguida, Irmã Renata, MC, professora no Colégio Consolata, no bairro Imirim, mostrou um filme que teve como objetivo provocar os jovens na sua mentalidade de querer mudar o mundo, diante de tantos desafios apresentados pela sociedade pós-moderna.

Padre Francisco López (Paco), IMC, reitor do Seminário Teológico dos missionários da Consolata em São Paulo, partilhou sobre a atuação missionária nas terras asiáticas, particularmente na Coreia do Sul onde ele trabalhou por 16 anos. De forma simples, mas significativa, mostrou a realidade missionária naquele país, expondo os desafios lá enfrentados, (língua, cultura, comida, práticas e costumes, etc.). Disse que o povo coreano é muito religioso sendo que a maioria das grandes religiões do mundo têm suas raízes na Ásia. Na Coreia desde 1988, os missionários da Consolata estão empenhados em fomentar o diálogo inter-religioso para promover a convivência e a tolerância religiosa. Para o padre Paco, o maior motivo de alegria e entusiasmo foi viver com aquele povo, aprendendo muito com ele e dando a sua contribuição. A partilha do padre Paco ampliou o horizonte de conhecimento sobre realidades de missão no mundo. Os jovens ficaram encantados ao aprenderem uma música coreana.

Jovens Missionários da Consolata no Brasil
Em resposta às necessidades pastorais e em vista da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, que acontece no Rio de Janeiro, os missionários e missionárias da Consolata viram a necessidade de intensificar a organização e articulação dos Jovens Missionários da Consolata (JMC) no Brasil. Os jovens presentes na Jornada Vocacional receberam o convite para participar desse movimento. Nos próximos meses será feita uma maior divulgação visando formar um grupo com linhas definidas, com orientação e espiritualidade idêntica aos dos missionários e missionárias da Consolata. Pretende-se realizar encontros formativos e infundir nos jovens o zelo de realizar uma pastoral específica coordenada por um núcleo de JMC.

Durante a JMJ os jovens do Brasil acolherão os outros Jovens Missionários da Consolata provenientes do exterior. A realização deste sonho é um dos principais objetivos da região do Brasil e servirá de impulso para a Animação Missionária e Vocacional - AMV. Os JMC no Brasil devem ser capazes de realizar aventuras missionárias atendendo aos apelos do Mestre: "Lançai as redes..." (Lc 5,4).

 

Fonte: Revista Missões

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