Armênios se reúnem em São Paulo para relembrar genocídio

Assessoria de Imprensa

Centenas de armênios, descendentes e familiares de vítimas da tragédia ocorrida em 24 de abril de 1915 devem se reunir amanhã, quinta-feira, 23, às 11h30, na Igreja Apostólica Armênia São Jorge (avenida Santos Dumont, 55), em São Paulo. Na ocasião haverá uma oração para canonização aos 1,5 milhão de mártires armênios, cerimônia que há mais de 400 anos não acontece.

O evento deve ser marcado pela emoção, já que, após a oração, precisamente às 12h15, terá início um ato solene, e os familiares depositarão, nas calçadas próximas da igreja, milhares de flores em memória aos armênios mortos. Além disso, como uma forma de luto, os armênios devem optar pelas vestes de cor preta na ocasião.

No mesmo horário, os sinos de todas as igrejas armênias ao redor do mundo soarão 100 vezes, simbolizando o centenário do genocídio. O patriarca supremo da igreja armênia e católico de todos os armênios, Karekin II, e o católico Aram I, da Grande Casa da Cilícia, darão início à canonização, na Santa Sede da Etchmiadzin, na Armênia.

Além deste, serão diversos eventos sacros e ecumênicos que acontecerão nas igrejas católicas e evangélicas em memória aos mártires armênios.

Os eventos estão acontecendo desde o início do mês e seguem até agosto, mas a maioria deles concentra-se, principalmente, entre 23 e 27 de abril, datas próximas a 24 de abril de 1915, quanto teve início o genocídio armênio. Confira na programação completa os eventos que ocorrerão.

O genocídio armênio no Brasil

Hoje vivem no Brasil aproximadamente 100 mil armênios, muitos deles descendentes diretos de famílias vítimas do massacre e da perseguição. Para se ter uma ideia da dimensão desse massacre, basta lembrar que hoje vivem na Armênia 3,2 milhões de pessoas.

No Brasil, a comunidade armênia está liderando uma mobilização para rememorar esses fatos e reivindicar junto ao governo brasileiro o reconhecimento do genocídio armênio, além de reforçar na sociedade a consciência de que tais fatos chocantes não devem se repetir contra nenhum povo ou nação.

Na América do Sul, países como Argentina, Chile, Uruguai, Venezuela e Bolívia têm legislações que reconhecem o genocídio. Na Europa, a França também tem legislação reconhecendo o massacre como um genocídio e tornando crime sua negação, assim como é com o genocídio cometido contra os judeus. Muitas outras nações, como Alemanha, Grécia, Holanda, Bélgica, Itália, Suécia, Suíça, Rússia, Polônia, Lituânia, Eslováquia, Líbano, Chipre e Canadá, além do Vaticano, também reconhecem o genocídio armênio.

Fora do Brasil também há ações planejadas para relembrar a tragédia. Em 12 de abril, por exemplo, o Papa Francisco celebrou uma missa no Vaticano em memória aos mortos no genocídio. A missa teve repercussão global sobre a importância dessa rememoração.

Fonte: Revista Missões

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