Brasileiros em Roma encerram o Mês Missionário na Catacumba Domitilla

Arlindo Pereira Dias, SVD em Roma

A comunidade Nossa Senhora Aparecida, parte da Missão Latino-Americana da diocese de Roma, encerrou o mês missionário com a celebração da Eucaristia na Catacumba de Domitilla. Cerca de 60 pessoas se fizeram presentes. A celebração foi presidida pelo capelão da comunidade brasileira, o missionário Scalabriniano padre Sergio Durigon. Durante a homilia o padre Sergio afirmou que "com o seu sangue, os mártires, assim como Jesus, foram capazes de dizer com a própria vida, até o ultimo instante, eu não quero ser daqueles que excluem". "Assim como nós hoje, ao longo dos séculos quantos não vieram até este lugar para encontrar uma motivação para viver", acrescentou. Referindo-se ao mês missionário, padre Sergio recordou três dos missionários assassinados nos últimos tempos em diferentes partes do mundo: o padre Fausto Tentorio, missionário do (PIME) Instituto Pontifício de Missões Exteriores que trabalhava com os grupos étnicos na ilha de Mindanao nas Filipinas; Marisol Castro, missionária Leiga Scalabriniana morta por narcotraficantes na fronteira do México com os Estados Unidos e o líder comunitário João Chupel Primo, da Prelazia de Itaituba no Pará, morto por denunciar grileiros e a exploração ilegal da madeira.

Verbita brasileiro é o diretor
Desde o dia 01 de janeiro de 2009 a Catacumba de Domitilla foi assumida pelos Missionários do Verbo Divino. O diretor Geral é o brasileiro padre Edvino Sicuro que conta com dois outros colaboradores Verbitas e um grupo de leigos que atuam como guias para as diversas línguas. No início da celebração o padre Edvino Seguro acolheu os visitantes e convidou a todos a se unirem em oração por todos os que sofrem. Padre Edvino também mencionou que na Catacumba de Domitilla, após o Concilio Vaticano II, 36 bispos de todo o mundo, entre eles D. Helder Câmara firmaram o chamado Pacto das Catacumbas, um compromisso de proximidade e solidariedade de suas dioceses com os empobrecidos. O pacto é citado no livro "A Igreja do Brasil no Concilio Vaticano II", escrito pelo P. José Oscar Beozzo e publicado pelas Edições Paulinas e EducaM. Após a missa, o padre Edvino forneceu algumas fez um giro com o grupo pelas galerias.

A Catacumba de Domitilla
"A Catacumba de Domitilla possui uma rede de 17 kms de galerias subterrâneas, divididas em quatro andares superpostos. Até o segundo século os cristãos não dispunham de cemitérios fora da cidade e sepultavam seus entes queridos ao longo das estradas consulares que chegavam até Roma.

O terreno pertencia à Flávia Domitilla, pertencente a uma família nobre. Vespasiano era seu avô e Domiciano seu tio. Seu marido, Flávio Clemente, foi cônsul junto com Domiciano, no ano 95, mas nesse mesmo ano foi condenado à morte por ordem do Imperador e Domitilla foi exilada na ilha de Ponza acusada de "ateísmo", pois os dois haviam se tornado cristãos e este era um período de perseguição aos seguidores do "Caminho". Antes de partir para o exílio, Domitilla doou aos cristãos sua propriedade na antiga Via Ardeatina (hoje delle Sette Chiese). Ali surgiu o maior cemitério cristão subterrâneo de Roma.

O motivo principal do aparecimento das catacumbas, inclusive desta, está relacionado com a sepultura dos mártires. Eles foram vítimas das perseguições, principalmente das de Décio e Valeriano nos anos 250 e 275 e da de Diocleciano em 303. Foram enterrados como defuntos normais em sepulturas simples, mas após a chamada "Paz da Igreja" do ano 313 e do reconhecimento oficial do Cristianismo pelo Imperador Constantino, seus túmulos começaram a ser venerados. Dois mártires foram sepultados neste cemitério - Nereu e Aquileu - soldados romanos, provavelmente vítimas da perseguição de Diocleciano (304 d. C.). Seus túmulos estão na basílica subterrânea, uma magestosa sala absidal do tempo do Papa Siricio (385-399)" (folheto explicativo).

Fonte: Revista Missões

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