Missionários e Missionárias da Consolata participam da audiência geral no Vaticano

Jaime C. Patias

Bento XVI denuncia sedução da idolatria

Adoração dos falsos deuses "encerra a pessoa no círculo exclusivo e desesperante da procura de si", afirmou o Papa denunciando as esperanças suscitadas pelos falsos deuses. "Sedução da idolatria" é uma "contínua tentação do crente". O ídolo é uma "realidade enganadora" concebida pelos seres humanos como algo de que se pode dispor "com as próprias forças", sublinhou Bento XVI na audiência geral realizada no Vaticano esta manhã (15), na Praça de São Pedro. Em sua reflexão o Papa incluiu um pensamento particular para os Missionários e Missionárias da Consolata e as Filhas da Divina Providência reunidos em Roma para seus respectivos Capítulos Gerais, assembleia máxima que acontece a cada seis anos. Todos os capitulares participaram da audiência sob um forte sol na Praça de São Pedro repleta de peregrinos.

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"A adoração do ídolo, em vez de abrir o coração humano à Alteridade, a uma relação libertadora que permita sair do espaço apertado do próprio egoísmo para aceder às dimensões do amor e do dom recíproco, encerra a pessoa no círculo exclusivo e desesperante da procura de si", salientou.

Como consequência, a pessoa é "forçada a ações extremas", na "ilusória tentativa" de submeter o ídolo à própria vontade, assinalou o Papa na catequese dedicada ao profeta Elias, personagem que a Bíblia situa no século IX a.C, época em que parte de Israel vivia numa "situação de aberto sincretismo".

"Ao absoluto de Deus, o crente deve responder com um amor absoluto, total, que empenhe toda a sua vida, as suas forças, o seu coração", frisou Bento XVI, para quem Elias, cujo nome significa ‘O meu Deus é o Senhor', é "um modelo de oração de intercessão". A atenção que o profeta merece por parte dos cristãos radica no episódio bíblico em que ele desafiou o povo a escolher entre a idolatria e o culto ao "Deus verdadeiro", apelando "à conversão" e ao reconhecimento do monoteísmo.

"Ao olharmos para o exemplo de Elias, possamos ficar cada vez mais convencidos do poder da oração de intercessão, de tal modo que ajudemos todas as pessoas a conhecer o único Deus verdadeiro", cuja "plena e definitiva manifestação é a cruz de Jesus", afirmou o Papa, que apelou à recusa de "todas as formas de idolatria". Num período em que se aproximam as férias e os exames escolares, Bento XVI desejou aos jovens que este tempo seja vivido com "serenidade" e "entusiasmo da fé".

Saudação aos peregrinos de língua portuguesa
"Amados peregrinos de língua portuguesa, uma saudação amiga de boas-vindas para todos, com menção especial para os fiéis das paróquias de Nossa Senhora da Conceição, em Angola, São Sebastião de Campo Grande, no Brasil, e São Julião da Barra, em Portugal", disse o Papa. "Possa esta peregrinação ao túmulo dos Apóstolos ajudar-vos na vida a cooperar plenamente com os desígnios de salvação que Deus tem sobre a humanidade", acrescentou Bento XVI na mensagem que proferiu em língua portuguesa.

No final da audiência o Papa recebeu os convidados para uma bênção especial, entre os quais a Irmã Simona Brambilla e padre Stefano Camerlengo recém eleitos Superiora e Superior Geral das Missionárias e dos Missionários da Consolata. Na pessoa dos Superiores, todos os membros das duas congregações receberam do Papa uma bênção especial para seus trabalhos nas missões na África, Ásia, América e Europa.

Encontrando-se já nos últimos dias de trabalho, as duas assembleias capitulares se concentram na revisão e aprovação do documento final. Neste sábado, os missionários e missionárias viajam para Turim, norte da Itália, onde dia 20 encerram os capítulos gerais no berço das duas congregação junto ao Santuário de Nossa Senhora Consolata no dia da sua Festa.

 

Fonte: Revista Missões

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