Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz sobre o conflito na Faixa de Gaza

Carlos Moura *

A região do Oriente Médio tem relevância histórica, uma vez que foi berço de importantes civilizações, bem como palco do surgimento das três religiões abraâmicas. Entretanto, a relevância atual se deve ao peso do petróleo na economia mundial, às disputas por território, à crescente instabilidade e a uma proeminência geopolítica.

A criação do Estado de Israel em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e igualmente de um Estado Palestino dava esperança às nações de que um novo capítulo da história nasceria pautado pela solução pacífica das controvérsias, fortalecimento dos organismos internacionais e respeito à dignidade da pessoa humana.

Com tristeza e indignação, a Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), organismo da CNBB, constata que passados 60 anos daquele memorável feito, mais uma vez somos surpreendidos pelos atuais acontecimentos na faixa de Gaza, numa brutal insanidade que a cada dia ceifa a vida de pessoas (na maioria crianças e mulheres) além de milhares de vítimas.

É tempo de aprendermos com as lições da história que a violência só pode gerar mais violência numa espiral sem fim e sem vencedores. Mais do que identificar os responsáveis iniciais pelo conflito, deve-se valorizar o diálogo e o respeito às justas reivindicações das partes envolvidas.

Nesse sentido, apoiamos os esforços diplomáticos e as manifestações de pessoas e grupos que almejam o armistício e o cumprimento integral das resoluções da ONU. Todavia, somente com a mediação e o respeito às decisões dos organismos internacionais será possível uma paz duradoura baseada na justiça.

Por fim, a CBJP se soma ao apelo do Papa Bento XVI exortando-nos a lembrarmo-nos das vítimas e feridos do conflito que vivem momentos de dor e angústia, a fim de que Deus os abençoe com a consolação que vem do Senhor.

* Carlos Moura, Secretário Executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz

Brasília, 16 de janeiro de 2009

Fonte: CNBB

 

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