Vidas pelas vida, vidas pelo Reino: mil religiosos no foco do ebola

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A virtude de chegar a todos junto com a capilaridade e de realizar o seu trabalho de maneira efetiva são as características que melhor definem a ação pastoral que a Igreja promove. Só nos quatro países afetados pelo vírus ebola - Guiné, Nigéria, Serra Leoa e Libéria -, o número de religiosos chega a 11.835.

Um número bastante elevado se levarmos em conta que a população católica nesses quatro Estados é de 12% do total da Nigéria, onde 13,3% dos cidadãos são católicos. Nem na Libéria, nem em Serra Leoa, nem na Guiné o número de católicos é maior do que seis em cada 100 habitantes, sendo a presença de católicos de 2,6% na Guiné.

A reportagem é do jornal La Razón, 10-08-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Mas esses missionários apenas seguem as palavras do próprio Jesus Cristo, que, segundo o Evangelho, deixou claro que a sua missão devia ser totalmente indiscriminada: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). E, conforme esse ditado, todos esses "Miguéis" atuam na África Ocidental, arriscando a sua própria vida.

No total da África, 23,14% são católicos, o que, em dados totais, se traduz em mais de 205 milhões de católicos, números que aumentaram em 29% entre 2005 e 2012, segundo indica o último Anuário Pontifício publicado pelo Vaticano. O que os dados refletem é que, na África, o cristianismo é acolhido com entusiasmo graças ao trabalho desses religiosos.

Mas, mais do que o seu trabalho evangelizador, o que os habitantes da África realmente agradecem é a ajuda prestada por todos os religiosos que chegam lá onde nem os governos nem as ONGs chegam. Um continente marcado pela pobreza, sacudido continuamente por guerras, a maioria delas civis, onde abundam os abusos de crianças e de mulheres, não se respeitam os direitos humanos, e a expectativa de vida não chega nem aos 50 anos de idade.

A Igreja na África, graças ao trabalho dos seus enviados, abriu milhares de escolas para aliviar os altos níveis de analfabetismo existentes no continente, também hospitais, imprescindíveis devido ao precário estado de higiene e de saúde de muitos países africanos, centros de formação agrícola e novas paróquias, com as quais, graças à sua grande capilaridade, chegam a toda a população. Além disso, os "Miguéis" ajudam a canalizar as ajudas na forma de alimentos que, a cada ano, chegam de projetos como Manos Unidas.

O padre Miguel Pajares, dentro dos 11.835 clérigos da África atingida pelo ebola, faz parte dos 1.065 sacerdotes religiosos. Na Libéria são 21 os que têm a sua mesma missão; 66 em Serra Leoa; e 22 na Guiné. O país que abriga mais sacerdotes religiosos não diocesanos dentro desses países onde o ebola é uma epidemia é a Nigéria, com 956, país em que a religião católica tem mais influência dentre essas quatro nações.

Fonte: www.ihu.unisinos.br

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