Solidariedade, uma exigência da Missão

“Todos vós, em vosso mútuo tratamento, revesti-nos de humildade.” (1 Pe 5, 5)

Por Carlos Roberto Marques

Instituído pela Organização das Nações Unidas em 2005, 20 de dezembro é o Dia Internacional da Solidariedade Humana. Ele veio em reforço ao Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, no período em que este comemorava seu décimo aniversário, e visou destacar a importância da ação coletiva para superar os problemas globais e alcançar os objetivos mundiais de desenvolvimento, de forma a construir um mundo melhor e mais seguro para todos.

A data, neste ano, deveria merecer um destaque especial por coincidir com as comemorações dos setenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, também da ONU, que, por sua vez, se inspirou na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, da França do Século XVIII, fruto da Revolução Francesa, cujos ideais eram Liberdade, Igualdade, Fraternidade (Liberté, Égalité, Fraternité).

oferecer_o_melhor_para_os_outrosÉ o dia em que os governos de países membros são lembrados de seus compromissos firmados em acordos internacionais, particularmente sobre a importância da solidariedade humana no combate à pobreza. É o dia das pessoas serem estimuladas a refletir sobre seu papel social num mundo em que todos dependem de todos, e que a solidariedade é uma das formas de reduzir diferenças, em busca de um mundo mais justo, sem miséria e sem fome.

A palavra solidariedade vem do Francês solidarité, que tem raiz do Latim solidus, que significa sólido, firme, inteiro; que originou solidaire, que significa inteiro, completo, independente. Ser solidário é, portanto, estabelecer uma relação de interdependência, que modo que todos os envolvidos saiam fortalecidos e mais confortáveis, ou mais confortados.

Solidariedade não se confunde com Caridade, ainda que em sua essência deva estar o Amor. Neste mundo globalizado, seu caráter de divisão de responsabilidade se acentua, porque o pleno bem-estar de um está, cada vez mais, vinculado ao equilíbrio que depende do bem-estar de todos. Ninguém é feliz sozinho. Também não é paternalismo, pois este gera dependência e não liberta. Ninguém é feliz sem liberdade.

Solidariedade é compadecer-se e compartilhar, é cooperação, é colaboração, é empatia, é darem-se as mãos para caminhar juntos, ombro a ombro, lado a lado. Liberdade, Igualdade, Fraternidade, receita de um mundo melhor para todos, e isto é Missão de todos.

*Carlos Roberto Marques é bacharel em Direito pela USP, leigo missionário da Consolata – LMC, e membro da equipe de redação.

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