Pastoral Carcerária do regional NE 3 estuda bula Misericodiae Vultus

Durante encontro, foi debatida situação do sistema prisional baiano com autoridades

Por CNBB, com Pastoral Carcerária da Bahia e do Sergipe
Foto: Pastoral Carcerária

Carcerria_NE3

Agentes da Pastoral Carcerária (PCr) do regional Nordeste 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participaram, nos dias 27 e 28 de fevereiro, na Casa de Encontro das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil, em Salvador (BA), do encontro regional.

Na ocasião, representantes de 15 dioceses do regional estudaram a bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia Misericordiae Vultus e debateram, com autoridades presentes, sobre a situação do sistema prisional baiano. Também foi escolhido o coordenador estadual da Pastoral. O tema foi assessorado pelo frei Helton, da Província Bahia e Sergipe dos Capuchinhos.

Na bula, o papa Francisco recorda que a visita aos presos é uma das obras de misericórdia corporal. “A pregação de Jesus apresenta-nos estas obras de misericórdia, para podermos perceber se vivemos ou não como seus discípulos. Redescubramos as obras de misericórdia corporal: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos”, diz Francisco no texto.

“No nosso tempo, em que a Igreja está comprometida na nova evangelização, o tema da misericórdia exige ser reproposto com novo entusiasmo e uma ação pastoral renovada. É determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia. A sua linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas e desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai, devem irradiar misericórdia”, escreve o pontífice.

A primeira parte do encontro também teve a partilha da atuação da Pastoral Carcerária em cada diocese do regional e a oração da Via Sacra.

Sistema Prisional

A situação do sistema prisional baiano foi tema de debate no domingo, 28. Com a presença de representantes do Grupo de Monitoramento do Sistema Carcerário (GMF) do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, da Secretaria de Assuntos Prisionais do Estado da Bahia (Seapa), do ouvidor geral do Estado e do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, os agentes registraram as insatisfações com o quadro considerado “caótico” do sistema prisional no estado.

Foram cobradas ações dos poderes judiciário e executivo. De acordo com a Pastoral, os problemas continuam os mesmos. Superlotação, demora no julgamento de processos, unidades prisionais velhas e obsoletas, precariedade na assistência à saúde do preso e baixo número de detentos trabalhando e estudando foram os aspectos negativos em destaque.

A PCr entregou ao ouvidor geral da Bahia uma denúncia escrita com detalhes acerca da situação prisional e a coordenação irá se reunir em breve para tratar dos problemas de forma mais pormenorizada e buscando soluções com o superintendente da Seapa e o membro do GMF do Tribunal de Justiça da Bahia.

Coordenação

Com a presença do bispo de Serrinha e referencial da Pastoral no regional NE 3, dom Ottorino Assolari, os participantes celebraram o avanço do trabalho em algumas cidades da Bahia e do Sergipe, com o ingresso de novos membros e maior apoio por parte de novos bispos que assumiram recentemente dioceses nos dois estados. Também foi renovado o mandato do coordenador estadual da PCr. Francisco Carlos de Almeida, o Franco, da diocese de Jequié (BA), continuará à frente das atividades na Bahia. Davi Pedreira continua como assessor jurídico.

Fonte: CNBB

Deixe uma resposta

seis + 5 =