Universidades paulistas criam grupo de trabalho para enfrentar crise hídrica

Flávia Albuquerque

As seis universidades paulistas de ensino público (UFABC, UFSCar, Unesp, Unicamp, Unifesp e USP) anunciaram hoje (3) a criação de um grupo de trabalho para enfrentar a crise hídrica em São Paulo. O objetivo é mobilizar pesquisadores das instituições para elaborar projetos e propor ações conjuntas, de modo a lidar com cenários causados por possível racionamento e pela falta d'água a curto, médio e longo prazos.

Entre as ações iniciais do grupo, uma das principais é a criação do Fórum de Reitores das Universidades Públicas do Estado de São Paulo para debater questões estratégicas para a universidade e a sociedade. O grupo pretende ainda disponibilizar competências das universidades nas áreas de recursos hídricos para os governos municipal, estadual e federal e solicitar informações sobre o volume e a qualidade da água para abastecimento público e geração de energia.

As medidas constam de um documento que também pede a mobilização dos governos municipal, estadual e federal para garantir a imediata liberação de recursos financeiros. O dinheiro servirá para adequação da infraestrutura física e organizacional das instituições públicas e, consequentemente. para redução do consumo de água no desenvolvimento de suas atividades.

De acordo com a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, a primeira reunião, na semana que vem, formará o Painel Técnico-Acadêmico Permanente de Recursos Hídricos (PTA-Hidro). O objetivo é produzir informações relativas aos estudos que deverão subsidiar e apoiar os planos de contingenciamento. "As informações que traremos para discussão nas universidades também subsidiarão um plano de educação ambiental que queremos apresentar para os estudantes, pesquisadores e sociedade", informou Soraya.

Segundo a reitora, a principal preocupação é garantir, além do abastecimento nas próprias universidades, água em instalações que atendem à população, como hospitais universitários, com foco prioritário para o Hospital São Paulo. Nesse hospital, 3,5 milhões de consultas ambulatoriais são feitas por ano. A unidade dispõe ainda dispõe de um pronto-socorro aberto 24 horas, atendendo todas as especialidades. A maior necessidade do momento é saber como o hospital será abastecido no caso de rodízio.

"Traçamos todos os diagnósticos possíveis para continuar atendendo sem interrupção. Medimos a capacidade dos reservatórios e adequamos o sistema de encanamento. Estamos preocupados porque a saúde pública em São Paulo tem dificuldades com a demanda, que aumentou muito, e não queremos descontinuar o atendimento. O hospital é vital para a cidade."

De acordo com a reitora da Unifesp, as aulas nas universidades não serão suspensas por causa da falta d'água.

Fonte: www.agenciabrasil.ebc.com.br

Deixe uma resposta

três × um =