Fé Missionária

Patrick Silva *

“Agradeçamos ao Senhor pelo dom da fé, por nós e por quantos o Senhor nos confiará”.

O Bem-aventurado José Allamano apesar de nunca ter saído da Itália, tinha uma mente e um coração que o "levavam" a todo lugar, de modo especial onde Jesus ainda não era conhecido. Assim, sua principal preocupação na educação dos seus jovens, era de que um dia fossem missionários e missionárias da Consolata. Tudo o que ensinava e propunha visava e preparava para a missão. Estava profundamente convencido que quantos entravam no seu Instituto, tinham recebido, da parte de Deus, um chamado especial, um chamado para a missão. Em um dos muitos encontros com os jovens em formação, disse-lhes: "a vocação para a missão é um ato da Providência divina, com o qual Deus escolhe alguns e lhes dá os dons necessários para levarem a fé aos não-cristãos. Essa (vocação) é de quantos amam muito o Senhor e sonham em anunciá-lo aos que ainda não o conhecem, dispostos a qualquer sacrifício". Assim, assegurava aos seus jovens: "somente no Paraíso podereis compreender a predileção que o Senhor tem para com vocês ao chamar-vos ao apostolado entre os não-cristãos, em detrimento de tantos dos vossos companheiros. Allamano acreditava profundamente que a vocação missionária era o dom maior que Deus poderia dar a alguém. Portanto, queria que todos os seus missionários e missionárias se sentissem "privilegiados" por terem recebido tal chamado.

Fé para ser anunciada
Um dos pontos que o Bem-aventurado mais insistia com os jovens era o do agradecimento. Agradecer a Deus pelo dom do chamado, como um tesouro precioso a ser guardado e multiplicado. Porque Deus lhes concedeu o dom de serem promotores dos valores cristãos e de difundirem a fé. Dizia-lhes ainda: "agradeçamos ao Senhor pelo dom da fé, por nós e também por quantos o Senhor nos irá confiar. Devemos agradecer-lhe em nome de todos os ‘pagãos' que ainda não o conhecem, mas são chamados a conhecê-lo, quando lhes anunciarmos a fé, quanto mais cedo melhor para que o amem e sejam salvos".

Fé da Igreja
José Allamano insistia frequentemente que a missão dos missionários estava, através da Igreja, intimamente ligada à missão de Jesus. Na ocasião da partida de dois missionários para o Quênia, explicou-lhes: também eu vos falo em nome do papa e vos confio a missão do Quênia, na África equatorial. Sim, em nome do papa, o qual se dignou confiar aquela região aos missionários da Consolata, para que nela cultivem a fé e com o seu trabalho possam aqueles povos fazer parte da Igreja Católica. Eis a legitimidade do vosso mandato: mandato divino porque também a vós Jesus dirige, tal como aos apóstolos e aos missionários do passado, aquelas palavras: Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio" (Jo 20, 21).
Allamano acreditava que Jesus falava aos seus missionários palavras de encorajamento, as mesmas que ele trazia no coração: "Jesus vos diz: ensinem e batizem. Ensinem as verdades da fé e, quando estiverem bem instruídos, dai-lhes os sacramentos, começando pelo Batismo. Eis que eu estarei com vocês: não temam as vossas fraquezas e as dificuldades da missão; vocês não estão sozinhos, não percam a coragem perante as dificuldades que vierem pela frente. Estarei convosco não de vez em quando, mas todos os dias, e em todas as horas. Assim como Jesus esteve com os Apóstolos e lhes deu força até ao martírio, assim eu estarei junto de vocês na missão".

* Patrick Silva, imc, é missionário em Roma, Itália.

Publicado na edição Nº08 - Outubro 2013 - Revista Missões.

Fonte: Revista Missões

Deixe uma resposta

três + 10 =