O flagelo do vírus ebola

Victor Mbesi Wafula *

O continente africano, principalmente a África Ocidental, vive sob nuvens densas de pânico pela chegada inesperada do vírus ebola, desde março deste ano.

O surto do vírus ebola na África Ocidental desafia o sistema internacional de saúde a controlar a doença, que já atingiu mais de mil pessoas e matou dezenas na Guiné Bissau, em Serra Leoa e na Libéria, segundo dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde - OMS. Existem inúmeros fatores que fazem com que seja cada vez mais lento e difícil controlar a epidemia. A falta de infraestrutura nos países atingidos frustra qualquer e toda tentativa de acesso às áreas rurais, as mais interioranas e mais pobres das regiões afetadas. Sem dúvida, as fragilidades no próprio sistema de saúde não ajudam a controlar e, portanto, não auxiliam a salvar vidas. De acordo com as informações divulgadas pela OMS, o baixo conhecimento da população sobre o vírus também contribui para sua disseminação.

A epidemia não foi controlada, ao contrário, parece estar cada vez mais forte. A tendência é de se espalhar pelas áreas ainda seguras. A consequência é o extermínio da população. A febre hemorrágica ébola ou ebola, segundo a Organização Mundial de Saúde (março de 2014), é a doença humana provocada pelo vírus do ébola. Os sintomas têm início duas a três semanas após a infecção, e manifestam-se através de febre, dores musculares, dores de garganta e dores de cabeça. A estes sintomas sucedem-se náuseas, vômitos e diarreia, insuficiências hepática e renal. Nestas últimas fases, algumas pessoas começam a ter problemas hemorrágicos. A propagação da doença em determinada população teve início quando as pessoas entraram em contato com o sangue ou fluídos corporais de um animal infectado, como os macacos ou morcegos-da-fruta. Após a infecção, a doença é transmitida de pessoa para pessoa, inclusive através do contato com os corpos dos mortos pelo vírus.

Muito está sendo feito para combater a epidemia, porém ainda falta muito para fazer. As forças locais e internacionais estão em campos afetados para resgatar a vida já a beira de morte. Nota-se graciosamente a presença generosa de todos que se dedicam a esta causa nobre em prol da humanidade, sem esquecer a ação pastoral realizada pela presença efetiva dos missionários e das missionárias, promovida pela Igreja.

No decorrer do tempo, o ebola não poupou os que lá estão para ajudar, contraíram a doença e não resistiram. Destaque para os missionários e missionárias que perderam a vida na tentativa de salvar os infectados. Estas linhas são escritas em homenagem a todos os que deram e os que dão a vida pelos amigos e infectados. Registrem-se estes gestos humanitários que a própria história jamais esquecerá, nem a memória apagará.

* Victor Mbesi Wafula, imc, é diácono em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.

Publicado na edição Nº07 - Setembro 2014 - Revista Missões.

Fonte: Revista Missões

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