Criada nova paróquia missionária em Moçambique

Diamantino Antunes

Os Missionários da Consolata chegaram a Fingoé, a pedido de Inácio Saure, bispo de uma diocese imensa mas com poucos missionários. Das 27 missões existentes, poucas são as que têm missionários residentes, algumas são assistidas esporadicamente por equipas itinerantes, enquanto outras estão simplesmente abandonadas à sua própria sorte. Era o caso de Fingoé, uma vila situada junto à fronteira com a Zâmbia, distante 278 quilômetros de Tete, que é sede administrativa do distrito da Marávia.

Fingoé tem uma população de 20 mil habitantes. Nesta região os missionários encontraram uma realidade muito complexa. Existem três centros - Fingoé, Unkanha e Malowera - bastante distantes entre si, à volta dos quais existem diversas aldeias que do ponto de vista sócioreligioso apresentam características próprias. Os católicos são poucos e abundam as igrejas pentecostais e seitas. Em Malowera existem grupos de católicos que durante a guerra civil fugiram para a Zâmbia e que nos últimos anos regressaram a Moçambique.

Na novíssima paróquia de Fingoé, estão três missionários: um italiano, um tanzaniano e um colombiano. O italiano Franco Gioda, tem já 75 anos e é um paradigma do que é um missionário. Atravessou a guerra com todas as dificuldades e com toda a entrega. Hoje, vive numa palhota com os outros dois jovens missionários, Eduardo Reyes e Jacinto Mwallongo, porque é assim mesmo que querem começar. O banho, tomam-no fora, entre paredes de caniço sem teto.

A pobreza de meios não os intimida nem os demove de retomar a primeira evangelização desta terra há tantos anos condenada ao abandono pelas vicissitudes da independência e da guerra. Durante os últimos meses percorreram as aldeias da região ao encontro dos católicos dispersos para tentar reorganizar a atividade pastoral. Já iniciaram o trabalho de formação dos catequistas e dos responsáveis dos diferentes ministérios. A pouco e pouco estão a reacender a chama da evangelização em terras da Marávia.

Passados 90 anos da chegada a Moçambique, os Missionários da Consolata, concretizam esta nova fundação missionária seguindo as pegadas dos seus predecessores, que já haviam trabalhado nesta região entre 1926 e 1933. O objetivo é continuarem a ser uma presença missionária significativa no meio do povo e ao serviço da Igreja local.

Fonte: www.fatimamissionaria.pt

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