Conselho Nacional do Laicato do Brasil refletiu sobre Autonomia, Corresponsabilidade e Comunhão

Reinaldo Oliveira

A passagem dos 50 anos da realização do Concílio Ecumênico Vaticano II, acontecida em 2012, foi tema de celebrações na Igreja Católica Apostólica Romana, em todo o mundo, e em vários momentos de reflexão, durante o ano de 2012 e 2013, para os leigos/as do Conselho Nacional do Laicato do Brasil - Regional Sul (CNLB-SUL1).

Em 2012, quando o CNLB-SUL 1, celebrou o Jubileu de Prata, em comemoração aos 25 anos de atividades no Estado de São Paulo, realizou um Simpósio cujo tema foi "O Concílio Vaticano II e o Laicato", onde foi refletido sobre o significado eclesial do Concílio Vaticano II, de forma geral.

A reflexão foi através da Lumen Gentium e da Gaudium et Spes, em aprofundamento de como se dá o diálogo da igreja com o mundo. E foi muito importante para os leigos/as. Caminhando um pouco mais, no protagonismo laical, é oportuno e positivo, conhecer agora sobre autonomia vivenciada na corresponsabilidade e comunhão.

Por este motivo, no dia 14 de dezembro foi promovido, na Casa dos Salvatorianos, um Seminário Teológico, com o tema: "Autonomia, corrresponsabilidade e comunhão, à luz do Concílio Vaticano II", que teve com expoentes/assessores a professora e pedagoga Marcia Domingas de Almeida Signorelli e o padre e teólogo José Oscar Beozzo.

Marcia, que é leiga engajada e fundadora do CNLB-SUL 1, falou sobre conceito de autonomia, corresponsabilidade, comunhão e visão social e política. Num texto e formato com exibição de vídeos ilustrativos, apresentou ótimas e oportunas informações, mas sempre com questionamentos, que foram discutidos em grupos.

Ela disse: Fomos chamados a sermos protagonistas da nova evangelizção. Porém, sem autonomia não podemos ser protagonista de nada. Será que nós, enquanto igreja, estamos preparados para este laicato autônomo? Para que tipo de leigo/a se deseja o protagonismo? Será que seremos leigos/as autônomos/as e críticos que exige verdadeira participação e corresponsabilidade?

Se sim, o quanto se investe na formação para esta autonomia, para ser questionador, inquietante, crítico, participativo e saber decidir em comunhão? Como ser protagonista num mundo que desaparece o ser sujeito e aparece o indivíduo? Este individualismo repercute na igreja, devido a respostas imediatas e daí, muitos partem para o conservadorismo que é mais confortável.

O padre e teólogo José Oscar Beozzo, falou sobre autonomia, corresponsabilidade e comunhão eclesial a luz do Concílio Vaticano II e outros documentos da igreja. Ele que participou do Concílio, viveu, vive e ainda respira os ares do que representou as mudanças, com sua fala tranquila e douto conhecimento, encantou a todos/as.
Numa viagem no tempo, falou da vivência pré e pós conciliar, de ansiedade e desafios, de tantos colegas que com ele dividiram àqueles momentos, de livros escritos, do que foi feito e do que ainda muito tem a fazer, quando se fala de autonomia laical e corresponsabilidade, numa igreja que é toda ministerial, mas que é preciso avançar.

Lembrou de quanta contribuição profunda e transformadora o laicato já ofereceu a igreja, em comunhão com a hierarquia e como igreja povo de Deus. Depois, quando da participação do publico através de perguntas e acréscimos, falou ainda de uma igreja em mudança de época, do desafio de viver a vocação laical. valorizando a autonomia, a corresponsabilidade e a comunhão eclesial.
Encerrou sua fala deixando a seguinte reflexão: "Naquilo que é fundamental; a unidade. E em tudo; a caridade".

Fonte: Reinaldo Oliveira / Revista Missões

Deixe uma resposta

nove − 6 =