"Dia de África" desafia Igreja a reforçar "presença" no continente

Agência Ecclesia

O responsável pela Congregação dos Missionários da Consolata em Portugal considera que o Dia de África, que hoje se celebra, desafia a Igreja a reforçar a sua obra junto das comunidades desfavorecidas daquele continente.

"Há ainda muitas populações que são excluídas ou que estão continuamente em risco e é preciso acompanhar o seu dia a dia, viver com elas as alegrias, as esperanças, as tristezas e as angústias, não existe missão sem presença", sublinha o padre Antônio Fernandes, em entrevista concedida à Agência ECCLESIA.

O Dia de África, que este ano reflete sobre a situação dos africanos na diáspora, começou a ser celebrado em 25 de maio de 1963, data em que foi fundada a Organização para a Unidade Africana, atualmente designada como União Africana.

A efeméride marca sobretudo a afirmação social, política e econômica de uma região, e de um conjunto de nações, que durante muitos anos estiveram sob domínio europeu e que, com o movimento de descolonização, a partir da Segunda Guerra Mundial, começaram a ganhar independência.

O processo abriu espaço ao aparecimento de governos próprios e novas liberdades, mas favoreceu igualmente os conflitos internos e as lutas pelo poder, que tiveram custos elevados para as populações.

Na sua mensagem para este dia, o presidente da República de Cabo Verde, José Carlos Fonseca, sublinha que "no que respeita ao desenvolvimento, à democratização e aos direitos humanos", os "avanços são ainda reduzidos".

"A população africana é a mais pobre do planeta, a África participa com apenas 1% no PIB mundial e 2% no comércio internacional, apesar de ser o segundo continente em população e extensão e de possuir importantes potencialidades agrícolas, minerais e energéticas", aponta o chefe de Estado, citado pela edição online do jornal "A Semana".

Com uma presença importante em 9 países africanos - Quênia, Tanzânia, Etiópia, Moçambique, R. D. Congo, África do Sul, Uganda, Costa de Marfim e Djibuti - e com fortes possibilidades de entrar em mais um (a escolha será entre Angola e Guiné-Bissau), a Congregação dos Missionários da Consolata tem voz autorizada para apontar caminhos de futuro para aquele território.

Segundo o provincial português, é preciso antes de mais "valorizar aquilo que é próprio" de cada comunidade africana.

"Muitas vezes há a tendência de olhar para aquela realidade com uma perspectiva europeia, quando há um conhecimento, uma sabedoria e uma riqueza cultural que é fundamental preservar", sustenta o padre António Fernandes.

Quanto ao papel do missionário, ele deve sobretudo "ser voz dos que não têm voz", pois há muita gente em África que "não é escutada nos seus direitos fundamentais".

Indo ao encontro do tema do Dia de África 2012, "África e a Diáspora", o sacerdote realça ainda a urgência de construir "pontes" com as populações de emigrantes africanos que estão em Portugal e em outros países da Europa.

Fonte: www.agencia.ecclesia.pt

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