A força econômica do interior paulista

Marcus Eduardo de Oliveira*

Mesmo frente à desaceleração econômica ocorrida em 2011, o Brasil ocupa no ranking mundial a sexta posição entre as maiores economias do mundo. Carro-chefe da economia brasileira, o estado de São Paulo ainda responde por cerca de um terço da produção nacional. E, dentro do estado paulista, é o interior (excluindo a capital e os 38 municípios da Região Metropolitana de São Paulo) que responde pela metade da produção paulista.

Indiscutivelmente, a pujança econômica das cidades do interior tem respondido afirmativamente para consolidar o crescimento da economia, gerando empregos, (o interior paulista concentra 44% do emprego no estado e 13% do emprego no país - dados de 2011) renda e fazendo a roda econômica girar com mais força.

Segundo a PIESP (Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo), organizada e divulgada pela Fundação Seade, em 2010 foram identificados 678 anúncios de investimento no território paulista, o que totalizou US$ 49,9 bilhões. Desse total, US$ 21,1 bilhões se referem ao interior.

O interior paulista, superando vários estados brasileiros, foi a região que mais apresentou gastos em 2011 nos setores de alimentos em geral, bebidas e produtos de higiene. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - base 2010) cada vez que uma família do interior de São Paulo foi às compras para adquirir comida, bebida e artigos de higiene e limpeza em geral ela gastou R$ 16,64, cifra 14,4% maior que a média do País (R$ 14,59). O desembolso médio das famílias que compõem a chamada "Classe C" do interior paulista, de R$ 16,11, superou o gasto médio dos demais brasileiros no primeiro semestre de 2010.

A importância desse intenso consumo para a atividade econômica apenas reforça a chamada para novos investimentos, o que contribui, sensivelmente, para puxar o crescimento da economia brasileira para cima.

Praticamente todas as principais regiões do interior de São Paulo têm propostas de investimentos em diversos setores da economia ao longo do corrente ano e para 2013-14. Os destaques, em valores monetários, são: US$ 4,4 bilhões previstos para a região metropolitana de Campinas; US$ 2,2 bilhões em São José dos Campos; US$ 2 bilhões na Baixada Santista; US$ 1,4 bilhão na região de Sorocaba e US$ 1,3 bilhão na região de Presidente Prudente. Confirmando essas previsões, o Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) aponta que o segmento industrial irá responder por 57% dos investimentos, o de serviços por 41% e o de comércio, 2%.
Com isso, reforça-se cada vez mais o bom desempenho econômico do interior paulista que contribui para a pujança econômica da sexta maior economia do planeta.

Ressaltando os dados: em 2010, o PIB do interior paulista representou 44% de tudo o que foi produzido no estado de São Paulo, compondo 15% do PIB brasileiro, de acordo com dados fornecidos pelo Seade.
Trilhando esse caminho o interior paulista se consolida como polo de investimentos capaz de atrair muitas empresas, principalmente para o espaço produtivo formado por municípios das regiões de Campinas, Piracicaba, Jundiaí, São José dos Campos, Sorocaba e Itu. Fora essas cidades, agregam-se outras partes do interior vistas também como potenciais focos de investimentos como são os casos específicos das regiões de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Catanduva, Ourinhos, Franca, Presidente Prudente, Jaú, Ribeirão Preto, São Carlos e São José do Rio Preto.

Campinas e região ainda continuam liderando o polo econômico do interior paulista. Com um PIB de quase 8% do estado, ali estão instaladas mais de 50 mil empresas, 50 delas subsidiárias das 500 maiores do mundo. Ademais, não é apenas na economia produtiva que o interior se destaca. Um quarto (1/4) de toda produção científica nacional também está concentrada no interior paulista. Importantes instituições de ensino superior brasileiras asseguram a qualidade nesse segmento, com destaque para Unesp, Unicamp, USP, ITA e UFSCar, entre outras.

*Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo. Articulista da Agência Zwela de Notícias (Angola). Email: prof.marcuseduardo@bol.com.br

Fonte: http://blogdoprofmarcuseduardo.blogspot.com

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