Grito dos Excluídos na diocese de Santarém

Arlindo Pereira Dias

A cidade de Santarém, no Pará, foi ocupada ontem, 7 de setembro, por mais de mil pessoas que participaram do Grito dos Excluídos organizado pela pastoral social da diocese de Santarém, pelos movimentos populares, a federação das associações de bairros, associações de estudantes, professores e outras organizações do interior.

Para o pe. Jose Cortes, missionário Verbita e coordenador da Pastoral Social "o grande grito é aquele de que a transformação só vai vir da organização popular. A solução não está nos partidos e nem no poder, ela vem de baixo". "A segunda grande temática é a ecologia a partir das grandes hidrelétricas e das mineradoras. Este tema deveria entrar na pauta de todas as dioceses', acrescentou.

O bispo da diocese, D. Esmeraldo Barreto de Farias, que caminhou com os participantes pelas ruas da cidade, apontou como grande riqueza da região o seu povo e a explosão de vida trazida pela natureza. Em contrapartida afirmou que os grandes projetos como a construção das hidrelétricas projetadas para o rio Tapajós desafiam a Igreja e a população da Amazônia. "Se a vida estiver em primeiro lugar, será protegida e defendida por todos nós", afirmou o bispo. D. Esmeraldo, que foi convidado a falar na ultima parada, aproveitou para ler trechos da Carta aberta dos bispos do Pará e Amapá sobre a defesa da Amazônia.

"Sabemos que cada motosserra que derruba a nossa mata, cada barragem que represa os nossos rios, ceifa um pouco de vida e destrói esperanças e sonhos de nossa gente. Interrogamo-nos, cada vez mais, qual será o futuro desta região. Apelamos aos responsáveis na política e economia que tomem consciência da real situação em que esta região se encontra e optem por um desenvolvimento que vise uma Amazônia sustentável e solidariamente compartilhada", salientou o bispo, repetindo um dos trechos da carta.

* Arlindo P ereira Dias é Missionário do Verbo Divino

 

Fonte: Arlindo Pereira Dias / Revista Missões

Deixe uma resposta

três × três =